“Eu sinto falta de um tempo em que meu sorriso era mais sincero; em que minhas lágrimas eram mais doídas; em que meus olhos brilhavam; em que me achava mais bonita e mais magra; em que eu era doçura, puramente doçura; em que eu dormia sem fantasmas gritando e em que eu gostava do escuro do meu quarto.
Eu sinto falta do tempo que eu tinha pra pensar, ler e escrever; que eu tinha pra ficar com minha irmã ou fugir pro interior, onde eu ficava com minhas músicas, meus livros e meus pensamentos; que eu tinha pra ligar, me importar, cuidar das pessoas que amo; que eu tinha pra mim, e só pra mim.
Eu sinto falta de toda uma pessoa feliz, realizada que eu era; de toda uma menina que brincava de ser adulta; de toda uma adolescente sonhadora que planejava seu casamento com o príncipe encantado; de toda uma eu, que não existe mais, que ficou por aí, em algum lugar perdida nesse mar de tristeza que me rodeia, quem sabe na ilha do Robinson Crusoé? Quem sabe já tinha sido comida por canibais e nem exista mais; ou quem sabe está escondida lá no castelo do Amo Crusoé, esperando o navio chegar; Penso eu que não sei sobre estas coisas…
Eu sinto tanta falta de mim quando estava com você…
Eu sinto tanta falta de você quando você era só pra mim…
Mas eu tive que resignar, como sempre; e aprender na falta a viver com aquele pedacinho faltando.”
Feito agora, fruto de devaneios da semana e do fim do ano… É, fim do ano sempre dá saudade. 
Abba, na amargura és minha cura ♫
Maria Clara ੴ
A Minha Pessoa 